Rajakapotasana


Mandalas

mandala divindadesMandala é uma espécie de yantra (instrumento, meio, emblema) que significa círculo mágico ou concentração de energia, em sânscrito. Universalmente a mandala é o símbolo da integração e da harmonia. A sua antiguidade remonta pelo menos ao século VIII a.C. e são usadas como instrumentos de concentração e para atingir estados superiores de meditação (sobretudo no Tibete e no budismo japonês). No budismo, a mandala é um tipo de diagrama que simboliza uma mansão sagrada, o palácio de uma divindade.
Em rigor, mandalas são diagramas geométricos rituais: alguns deles correspondem concretamente a determinado atributo divino e outros são a manifestação de certa forma de encantamento (mantra).
As mandalas seguem um formato simbólico preciso. A sua forma circular é constituída por um aro exterior de fogo, que confere uma natureza protectora à mandala, permitindo que se visualize a eliminação simbólica das impurezas, à medida que se vai entrando no centro da mandala. O 2º círculo é constituído por um aro de diamantes (vajras), que simbolizam a qualidade indestrutível da iluminação (representa a firmeza do poder espiritual). O último círculo é composto por pétalas de lótus que simbolizam a pureza.
Seguidamente, são desenhados os limites do “templo sagrado” (vimana) o qual representa as 4 entradas ou portas (dvara). O interior do espaço sagrado é visto como axis mundi, representando o macrocosmos no microcosmos, ou seja, o mundo no interior do ser. É a morada das divindades e também representa a relação do ciclo de morte e renascimento (samsara) com o nirvana ou moksha.
As mandalas são, no fundo, a representação do mundo cosmo-gonológico, sendo que a divindade central determina as qualidades do cosmos. Na liturgia (puja) a mandala é o local onde uma divindade é invocada por um mantra. Ao conjugar o mantra com a mandala, esta torna-se a divindade em si mesma.

Algumas mandalas para colorir:

 

Apaziguamento dos sentidos

As férias são o momento sempre esperado para quebrar com a rotina, descomprimir e recuperar energias. Mas estas minhas férias foram tudo menos isso!! O volume de trabalho aumentou, as relações interpessoais tenderam a exigir de mim emocionalmente e a tentativa de trabalhar e explorar energeticamente o meu ser deixou-me algo esgotada. Neste cenário, foi muito difícil para mim conseguir o apaziguamento dos sentidos através da prática de yoga.

De facto, em cada tentativa acabava por sentir alguma frustração, pois não sentia o efeito que outrora sentira. Cheguei a questionar o porquê. Não queria acreditar que a minha viagem tivesse chegado ao fim… Preferi acreditar que, se não consegui interiorizar a prática de yoga durante os meses de verão, não deveria forçar. Aliás, forçar a prática é algo que devo travar, pois como indica o Yoga Sutra II:47 “a posição é dominada quando se elimina a tensão e se medita no infinito”.

É precisamente na meditação que devo procurar o reencontro, pois os asanas são instrumentos para o crescimento pessoal e não um fim em si mesmo, caso contrário corre-se o risco de que o ego cresça em proporção direta ao aumento da flexibilidade. Mas essa consciência parece ter sido esquecida e o meu receio é de um apego (Parigraha) demasiado ao corpo, esquecendo Mokṣa. Vyāsa, em comentário ao aforismo II:38 do Yoga Sutra, diz que aparigraha significa “desistir de cobiçar, considerando que a cobiça e o acúmulo causam problemas, que as coisas estão sujeitas à decadência e que a associação com elas causa desconfiança e rancor”.