As férias são o momento sempre esperado para quebrar com a rotina, descomprimir e recuperar energias. Mas estas minhas férias foram tudo menos isso!! O volume de trabalho aumentou, as relações interpessoais tenderam a exigir de mim emocionalmente e a tentativa de trabalhar e explorar energeticamente o meu ser deixou-me algo esgotada. Neste cenário, foi muito difícil para mim conseguir o apaziguamento dos sentidos através da prática de yoga.
De facto, em cada tentativa acabava por sentir alguma frustração, pois não sentia o efeito que outrora sentira. Cheguei a questionar o porquê. Não queria acreditar que a minha viagem tivesse chegado ao fim… Preferi acreditar que, se não consegui interiorizar a prática de yoga durante os meses de verão, não deveria forçar. Aliás, forçar a prática é algo que devo travar, pois como indica o Yoga Sutra II:47 “a posição é dominada quando se elimina a tensão e se medita no infinito”.
É precisamente na meditação que devo procurar o reencontro, pois os asanas são instrumentos para o crescimento pessoal e não um fim em si mesmo, caso contrário corre-se o risco de que o ego cresça em proporção direta ao aumento da flexibilidade. Mas essa consciência parece ter sido esquecida e o meu receio é de um apego (Parigraha) demasiado ao corpo, esquecendo Mokṣa. Vyāsa, em comentário ao aforismo II:38 do Yoga Sutra, diz que aparigraha significa “desistir de cobiçar, considerando que a cobiça e o acúmulo causam problemas, que as coisas estão sujeitas à decadência e que a associação com elas causa desconfiança e rancor”.
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