III Seminário de Walter Ruta

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Aconteceu no passado fim-de-semana (16 e 17 de Novembro 2013) o III seminário com o yogi Walter Ruta, com o carimbo da Federação Portuguesa de Yoga.
Foi intenso, a começar às 6 da manhã no Domingo com práticas de meditação, pranayama e asanas, revitalizante, apesar de exigente física e energeticamente e estimulante.
A parte prática incidiu essencialmente sobre a série de 10 posturas de Swamiji (Sri Sri Sri Satchidananda Yogi), mestre de Walter Ruta e do Professor Amândio Figueiredo.



A parte teórica abordou a perspectiva tipológica dos indivíduos segundo Margnelli, Hipócrites e Swamiji.

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Vídeo de Swamiji executando Shat Karma:
http://youtu.be/dc74vYNCgaA

Vigyana Bhairava Tantra

TantraTrata-se de uma texto sagrado escrito por volta de 800 a.C. que faz referência a técnicas tântricas milenares provenientes do noroeste da Índia. Este texto foi redigido segundo a tradição do Shivaismo de Caxemira, seguindo o sistema tantra de sólida formação filosófica, no entanto, é considerado uma ciência mística.
Tantra é um sistema filosófico, muito próximo do Yoga dada a sua natureza prática e experimental, que promove a vivência consciente e espiritual.
Vigyana significa sabedoria e auto-conhecimento, percepção livre de pensamento. Bhairava significa a terrível forma de Shiva (consciência) que destrói a ignorância e o condicionamento mental. O Vigyana Bhairava Tantra é, portanto, um manual de meditações práticas utilizáveis no quotidiano para promover a transformação da percepção e consciência.
Uma das premissas básicas do Vigyana Bhairava Tantra é que nós somos mais do que substância e matéria. A nossa natureza individual é essencialmente energia (spandam, em sânscrito), energia criativa e transformativaque existe em toda a parte, desde sempre. O Tantra vê o mundo como uma manifestação de Shakti, a expressão dinâmica de Shiva. Nada é rejeitado, nem considerado ilusório, todas as situações têm potencial para abrir os nossos olhos para o milagre da existência. No entanto, a um nível mais profundo, a nossa natureza é pura consciência, qualidade que em muito difere da matéria e da energia. Se conseguirmos purificar a nossa energia poderemos catalisar uma explosão interior de consciência, êxtase e felicidade. Em contrapartida, beneficiamos da compreensão da natureza da própria consciência.
O Vigyana Bhairava Tantra faz referência a 112 técnicas de meditação que permitem centrar a consciência, independentemente da situação em que nos encontremos, conseguindo atingir uma estado de yoga. Ensina-nos a viver de forma mais plena e como devemos celebrar e realizar a nossa essência natural em qualquer situação. As práticas foram concebidas para acalmar a mente dos seus pensamentos e trazê-la ao momento presente. Todas as técnicas mencionadas são não-moralistas, não-religiosas e não-filosóficas. Algumas centram-se na respiração, outras em questões emocionais como o amor, frustração ou raiva, outras na relação com a natureza, outros seres humanos ou animais, outras com os sons da natureza, outras centram-se na visualização. Independentemente da técnica utilizada todas elas focam-se no centro do ser, na origem de todas as percepções.
shivaparvatiA tradição refere que os ensinamentos do Vigyana Bhairava Tantra foram transmitidos por Shiva a sua esposa Parvati, sendo que o primeiro simboliza a consciência e a segunda a busca espiritual, aquela que procura o sentido da vida, a verdade em si mesma. Os ensinamentos tântricos acontecem num ambiente de amor, num estado de total receptividade (representado pela relação de Shiva e Parvati) onde existe a possibilidade de transcendência do ego e de elevação do estado de consciência.
As técnicas de meditação são utilizadas, não para obter algo, mas para descobrir o que já existe, pois a meditação não requer técnica alguma, ela acontece espontaneamente, no entanto é necessário colocar-mo-nos numa situação de espontaneidade. As técnicas do Vigyana Bhairava Tantra removem os bloqueios à espontaneidade, criando um espaço interior que permite o florescimento de êxtase.
Vigyana Bhairava Tantra, vol. I
Vigyana Bhairava Tantra, vol. II
As 112 técnicas de meditação tântrica
Tantric Wisdom Goddesses, David Frawley

Períneo femininoPompoarismo é uma antiga técnica oriental, derivada do tantra, que consiste na contração e relaxamento dos músculos circunvaginais, buscando como resultado o prazer sexual. Para o domínio da técnica são realizados com o auxílio dos ben-wa, que consistem em pequenas bolas ligadas através de um cordão de nylon, conhecidas também como bolinhas tailandesas (no caso das mulheres), e na contração na musculatura no esfíncter e dos músculos do períneo (no caso dos homens). Afirma-se ainda que o pompoarismo pode ser benéfico contra incontinência urinária e na preparação do canal para partos mais fáceis.
Os músculos do períneo, situados no chakra da raiz, são trabalhados no yoga aquando da prática de mula bandha.

Os limites da prática

Palestra de Amy Matthews sobre os limites da prática de yoga – será que há limites anatómicos ou simplesmente mentais?

http://embodiedanatomy.net/limits/

Sessão de yoga – sequência ou coreografia

Excelente vídeo de Leslie Kaminof sobre esta temática.

http://yogaanatomy.net/choreography/

A meu ver, nos estilos em que vinyasa é considerada, as posturas seguem-se numa ordem estética. No hatha yoga, por exemplo, a importância da sequência é muito maior do que qualquer preocupação estética, pois o fluxo energético e anatómico é que produz os necessários efeitos no praticante.

Diwali

diwali-indiaOu Deepavali ou Deepawali, também conhecido como Festival das Luzes, é uma festa religiosa do hinduísmo, sikhismo, budismo e janaísmo, que comemora a destruição de Narakasura por Krishna, que simboliza a destruição das forças do mal. As luzes ou lâmpadas que se acendem durante as festividades representam a vitória do bem sobre o mal dentro de cada ser humano. Pequenos lampiões (chamados de “diyas”) são acessos durante todas as noites do festival e colocadas ao redor das casas, os quais simbolizam o conhecimento ou a luz interior do indivíduo, que traz a paz interior e combate quaisquer traços de escuridão e ignorância.

Diwali é comemorado no primeiro dia do mês Diwali - diyalunar Kartika, que ocorre no mês de outubro ou novembro, sendo uma época de muita religiosidade, votos de sacrifício e introspecção. Em muitas partes da Índia, é o Baile do Rei Ramachandra em Ayodhya, após 14 anos de exílio na floresta. Rama, um dos avatares de Vishnu, derrotou o mal encarnado em Ravana, que havia raptado sua esposa Sitadevi. O povo de Ayodhya (a capital do seu reino) celebrou a vitória de Rama com a iluminação em fileiras (avali) das lâmpadas (Deepa), dando assim o seu nome: Deepavali. Esta palavra, em devido tempo, se tornou Diwali em hindi.

O Diwali consiste em três ou cinco dias de comemorações (a duração depende de onde vieram suas tradições de comemoração):

  • O décimo-terceiro dia de Porrnima (Lua Cheia) (Dhanatrayodashi ou Dhanteras - “Dhan” significa “fortuna”, e “teras” significa “décimo-terceiro dia”). Este é o primeiro dia do Diwali em que se celebra Lakshmi, a Deusa da Fortuna ou, em alguns lugares na Índia, Yamaraj, o Deus da Morte. É costume comprar utensílios e ornamentos novos para usar neste primeiro dia de Diwali.
  • O décimo-quarto dia (Chhoti Diwali ou Narak chaturdashi). Os hindus acreditam que é nesse dia que Krishna destruiu o demónio Narakasur, libertando o mundo do medo. Foguetes são lançados neste dia, utilizados para simbolizar o afastamento de todo o mal dos arredores. Neste segundo dia de festividades é costume vestir roupas e joias novas, tal como acontece no ocidente na passagem de ano.
  • O dia de lua nova (Diwali/ Lakshmi puja/ Lakshmipujan) da noite sombria de Ashvin. Este é o verdadonam-rangolieiro dia do Diwali, e o mais significativo. Limpa-se a casa nos dias anteriores para receber a Deusa Lakshmi. Presentes e doces, tais como o Kulfi, Pongal, Rasgullas, Jalebi, Halvah de Cenoura, são trocados neste dia para fortalecer os laços de amor entre familiares e amigos. Foguetes são lançados depois do jantar. É costume colocar desenhos lakshmi-poojatradicionais de Rangoli na entrada de casa ou local de trabalho para receber a Deusa da fortuna e da prosperidade, Lakshmi. Outro ritual que acontece neste 3º dia de festival é o “Lakshmi Pooja” que consiste em rituais elaborados usando grãos, folhas e moedas como oferendas, durante o qual a Deusa é invocada recitando mantras Védicos para obtenção da sua bênção, na conquista de riquezas.
  • O primeiro dia da noite brilhante de Kartik (Balipratipada/ Padiwa/ Goverdhan puja/ Varshapratipada). Este é o dia que Krishna ergueu o Govardhan Parvat para proteger as pessoas de Gokul da ira de Indra. O Rei Vikramaditya foi coroado.
  • O quinto e último dia do Festival Diwali (Bhai Dooj / Bhaiya Dooj). No último dia do Diwali, irmãos e irmãs renovam o amor, enquanto irmãs aplicam o sagrado tilak vermelho na testa dos irmãos e rezam pela vida longa deles. Os irmãos abençoam as irmãs e oferecem presentes de amor.
  • Nem todos incluem o décimo-terceiro dia, e separam festivais sagrados de Vasubaras e Bhaubij antes do Diwali, seguindo o Festival Diwali respectivamente.

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