Swasthya Yoga


Ashtánga Sádhana é a característica principal do Swásthya Yôga, uma prática em oito partes constituída por:

Mudrá

Em Yôga, mudrá designa os gestos feitos com as mãos. São definidos como gestos reflexológicos por desencadear uma sucessão de estados de consciência e mesmo de estados fisiológicos associados aos primeiros.
Exemplos de mudrás:


Shiva mudrá, para meditação (dorso da mão positiva pousa sobre a palma da mão negativa). Neste mudrá devemos sentir nossas mãos como um cálice no qual recebemos a preciosa herança milenar de força e sabedoria. Amplifica nossa receptividade.

Jñana mudrá, para meditação e respiratório (dedos indicador e polegar de cada mão tocam-se). Este gesto conecta os pólos positivo e negativo representado pelos dedos indicador e polegar de cada mão, passando por eles uma corrente de baixa amperagem e apoiados sobre os chakras dos joelhos, que são secundários.
Prônam mudrá, para mantra e ásana (palmas das mãos unidas à frente do peito). Nesta senha, a mão de polaridade positiva se espalma na polaridade negativa, fechando um importante circuito eletromagnético que faz circular a energia dentro do próprio corpo e recarregá-lo, especialmente se executado durante ou após os mantras. Nos ásanas, tende a proporcionar mais senso de equilíbrio e por isso mesmo é mais utilizado nos ásanas de apoio num só pé.
 
 

Pújá

Oferenda, honra ou retribuição de energia ou de força interior, são as formas pelas quais nos referimos ao pújá na estirpe Dakshinacharatantrika-Niríshwarasámkhya Yôga. Na prática ortodoxa de Swásthya Yôga convencionaram-se quatro segmentos de pújá:
1. Bhavana pújá - ao local que acolhe os praticantes e que fica impregnado de forças positivas.
2. Guru pújá - ao instrutor que ministra a prática em curso, representante de Shiva.
3. Satguru pújá - ao Mestre vivo mais antigo da nossa linhagem, que transmite a ele a força de Shiva.
4. Shiva pújá - ao criador do Yôga.
A função do pújá é estabelecer uma corrente de sintonia entre o discípulo e o Mestre e, logo em seguida, realizar energeticamente o fenômeno dos vasos comunicantes: aquele que tem mais deixa fluir para aquele que tem menos. Quem tem mais força e conhecimento é o Mestre.
 
 

Mantra

Mantra pode-se traduzir como vocalização. Compõe-se do radical man (pensar) + a partícula tra (instrumento). É significativa tal construção semântica, já que o mantra é muito utilizado para se alcançar a "supressão da instabilidade da consciência", denominada intuição linear ou... meditação!
Mantra pode ser qualquer som, sílaba, palavra, frase ou texto, que detenha um poder específico. Porém, é fundamental que pertença a uma língua morta, na qual os significados e as pronúncias não sofram a erosão dos regionalismos, modismo e outras alterações constantes por causa da evolução da língua viva.
Em se tratando de Yôga, somente o idioma sânscrito é aceito. Dele foram extraídos os mantras do nosso acervo. E não se deve misturá-los com mantras de outras línguas ou de outras tradições, para evitar o tristemente célebre choque de egrégoras.


Pránáyáma

Prána significa bioenergia; ayáma, expansão, largura, intensidade, elevação. Pránáyáma designa as técnicas, quase sempre respiratórias, que conduzem à intensificação ou expansão do prána no organismo.
Prána é o nome genérico pelo qual o Yôga designa qualquer tipo de energia manifestada biologicamente. Em princípio, prána é energia de origem solar, mas podendo manifestar-se após a metabolização, ou seja, indiretamente. O prána, genérico, divide-se em cinco pránas, que são: prána, apána, udána, samána e vyána. Estes subdividem-se em vários subpránas.
O prána é visível. Num dia de sol, faça pránáyáma e fixe o olhar no vazio azul do céu. Aguarde. Assim que o aparato da visão se acomodar você começará a enxergar miríades de minúsculos pontos brilhantes incrivelmente dinâmicos, que cintilam descrevendo rápidos movimentos circulares e sinuosos. Ao executar suas técnicas respiratórias, mentalize que está absorvendo essa imagem de energia.
A respiração yôgi deve ser sempre nasal, silenciosa e completa, salvo instrução em contrário. As fases da respiração têm os seguintes nomes:
Inspiração - púraka.
Retenção com ar - kúmbhaka.
Expiração - rêchaka.
Retenção sem ar - shúnyaka.


Kriyá

Os kriyás são técnicas de purificação típicas do Yôga Antigo. Consistem em uma verdadeira arte de limpar o corpo, por fora e por dentro.
Os principais kriyás são seis, denominados shat karma.
1- Kapálabhati Limpeza do cérebro e dos pulmões.
2- Trátaka Limpeza dos globos oculares e treinamento para melhorar a visão.
3- Nauli Limpeza dos intestinos e dos órgãos abdominais por massageamento.
4- Nêti Limpeza das narinas e do seio maxilar.
5- Dhauti Limpeza do esôfago e do estômago com água ou com uma gaze.
6- Basti (vasti) Limpeza do reto e do cólon com água.
 

Ásana

A magia do movimento que enleva o espírito num apelo à beleza, criando obras de arte corporal, gerando esculturas viventes, brotando umas das outras, encadeadas por um sutil fio de continuidade e de harmonia indescritível! Assim como o escultor, desbastando o bloco de pedra fria faz surgir a obra prima que em seu interior jazia, da mesma forma o yôgin se transfigura e deixa aflorar obra e artista na execução coreográfica dessa dança milenar.
 

Yôganidrá

Yôganidrá é o relaxamento que auxilia o yôgin na assimilação e manifestação dos efeitos produzidos por todos os angas ou partes da prática. A eles, soma os próprios efeitos de uma boa descontração muscular e nervosa. Proporciona um Relaxamento profundo com ordens mentais para beneficiar a saúde, desenvolvimento interior, aprimoramento do caráter e dos costumes, obter maior produtividade no trabalho, nos estudos, nos esportes; melhor integração social e familiar. Para ser utilizada após a prática de Yôga ou antes de dormir. Ou, ainda, enquanto trabalha, lê, etc. para que vá diretamente ao seu subconsciente. Não deve, entretanto, ser utilizada enquanto conduz qualquer tipo de veículo por descontrair muito e, eventualmente, reduzir reflexos.
 

Samyama

Concentração, Meditação e Hiperconsciência. Pátañjali afirma Yôga Sútra (III-4), que samyama é quando ocorrem dháraná (concentração), dhyána (meditação) e samádhi (hiperconsciência) ao mesmo tempo. Antes de atingir a hiperconsciência você precisa dominar a meditação e antes a concentração, é necessário dominar e trascender cada um para que, de dentro dele, desabroche o seguinte. Meditação (Dhyána). A proposta do exercício chamado dhyána é parar as ondas mentais, esvaziar sua mente de pensamentos, suprimir a instabilidade da consciência. Existem basicamente três graus ou métodos de meditação:
1. Yantra dhyána - o exercício de primeiro grau visando à meditação é o yantra dhyána, que consiste em concentrar-se na visualização de símbolos ou imagens, até que a mente se sature e os vrittis cessem. Os yantras podem ser: uma forma geométrica, uma flor, a chama de uma vela, o sol, o ÔM, etc...
Exemplo: Você deve pousar a sua mente no objeto da concentração sem analisá-lo. Deixar que a sua mente seja absorvida pelo objeto até que observador, objeto observado e o ato da observação, passem a ser um só.
2. Mantra dhyána - o exercício de segundo grau visando à meditação é o mantra dhyána, que consiste em concentrar-se no som de um mantra sânscrito.
Exemplo: O mantra ÔM é o mátriká mantra, ou mantra mater, que deu origem a todos os demais. O ÔM deve ser repetido em pensamento, ritmicamente, a curtos intervalos, produzindo o efeito "água mole em pedra dura, tanto bate até que fura".
3. Tantra dhyána - o exercício de terceiro grau visando à meditação é o tantra dhyána, que é gupta vidyá e só pode ser ensinado mediante iniciação.